O Professor Protásio Diogo de Jesus nasceu em 18 de junho de 1906 na cidade de Porto
Alegre. Aos 12 anos já iniciava atividade como aprendiz de serralheiro, a fim
de auxiliar na manutenção do lar paterno, pois sua família era de poucas
posses. Exerceu muitas profissões, e graças a sua vontade
e inegável operosidade tornou-se um profissional eclético, e principalmente,
competente, em todas as atividades que abraçou.
Era
um autodidata no mais amplo sentido. Tinha sede de saber. Sua formação
acadêmica conseguiu formar um imenso cabedal de conhecimentos. Entre as várias empresas
onde trabalhou podemos citar: Campani & Hammel (serralheiro), Zanella &
Fabretti (serralheiro) e no DAER, como caldeireiro. Foi sócio de um irmão numa
grande fábrica de móveis e mais tarde abriu uma oficina de marcenaria, por
conta própria.
Em 1942, quando da criação do SENAI no
Estado do Rio Grande do Sul, foi convidado a integrar a equipe pioneira da nova entidade. Ficou
responsável, a Escola Visconde de Mauá, pela construção das suas oficinas. Mais
tarde tornar-se-ia Instrutor/chefe da mesma Escola. Conviveu nessa época com pessoal de renome do Ensino Industrial
como: o prof. Jorge Alberto Furtado, então professor de português, Dr. Antônio
Janyr Dall’Ágnos, Diretor Regional do SENAI, prof. Gelson Gonçalves, ex-diretor
da Escola Técnica Parobé e da escola SENAI “A. J. Renner” de
Canoas, além de outros.
Graças à sua dedicação e esforço pessoal foi beneficiado com uma
viagem de estudos à Europa (Itália e França). Nove meses esteve estagiando em
Escolas e Indústrias. Na época, estava a Itália em grande campanha
desenvolvimentista. Com um parque industrial moderno, permitia a aquisição de
novos conhecimentos tecnológicos, ainda desconhecidos em nosso país. Para Protásio, foi intensa a atividade, e o esforço dispensado no estudo
causar-lhe-ia a perda de uma das vistas, o que não impediu sua continua luta
pela aquisição de novos conhecimentos. Retornou ao Brasil, tornando-se
Assistente Técnico do Departamento Regional do SENAI.
Mais tarde voltou à França, onde
realizou novas observações no campo do Ensino Técnico e estudou o sistema de
ensino de um cárcere feminino. Para permanecer na Itália e na França, procurou
aprender antes de viajar, italiano e francês. Falava também razoavelmente o
inglês, podendo assim, ser considerado um poliglota.
Voltando ao Brasil, foi convidado pelo Ministério da Educação e Cultura
a trabalhar no Programa Intensivo de Preparação da Mão de Obra Industrial
(PIPMOI).
Em 1963, foi escolhido pelo
diretor regional do SENAI para organizar o Centro SENAI de Treinamento de
Canoas. Hoje, esse centro transformou-se numa grande escola, a “A. J. Renner”,
situada na Rua Napoleão Laureano, esquina com a avenida Victor Barreto. Foi
o primeiro diretor, cargo que ocupou desde a instalação até o dia 1º de
setembro de 1964, quando foi substituído, devido a moléstia que mais tarde lhe
causaria a morte.
A 22 de junho de 1966 deixou entre seus
amigos e companheiros uma lacuna que não mais seria preenchida. Falecia aos 60
anos de idade, a maior parte dos quais, inteiramente dedicada ao ensino e a
aprendizagem industrial. Até
hoje, Protásio Diogo de Jesus é mencionado pelos professores Jorge Furtado e Gelson Gonçalves como exemplo de profissional capaz, educador lúcido e amigo dedicado.