terça-feira, 14 de agosto de 2012

Quem foi Protásio Diogo de Jesus?


O Professor Protásio Diogo de Jesus nasceu em 18 de junho de 1906 na cidade de Porto Alegre. Aos 12 anos já iniciava atividade como aprendiz de serralheiro, a fim de auxiliar na manutenção do lar paterno, pois sua família era de poucas posses. Exerceu muitas profissões, e graças a sua vontade e inegável operosidade tornou-se um profissional eclético, e principalmente, competente, em todas as atividades que abraçou. 
Era um autodidata no mais amplo sentido. Tinha sede de saber. Sua formação acadêmica conseguiu formar um imenso cabedal de conhecimentos. Entre as várias empresas onde trabalhou podemos citar: Campani & Hammel (serralheiro), Zanella & Fabretti (serralheiro) e no DAER, como caldeireiro. Foi sócio de um irmão numa grande fábrica de móveis e mais tarde abriu uma oficina de marcenaria, por conta própria.
Em 1942, quando da criação do SENAI no Estado do Rio Grande do Sul, foi convidado a integrar  a equipe pioneira da nova entidade. Ficou responsável, a Escola Visconde de Mauá, pela construção das suas oficinas. Mais tarde tornar-se-ia Instrutor/chefe da mesma Escola. Conviveu nessa época com pessoal de renome do Ensino Industrial como: o prof. Jorge Alberto Furtado, então professor de português, Dr. Antônio Janyr Dall’Ágnos, Diretor Regional do SENAI, prof. Gelson Gonçalves, ex-diretor da Escola Técnica Parobé e da escola SENAI “A. J. Renner” de Canoas, além de outros. 
Graças à sua dedicação e esforço pessoal foi beneficiado com uma viagem de estudos à Europa (Itália e França). Nove meses esteve estagiando em Escolas e Indústrias. Na época, estava a Itália em grande campanha desenvolvimentista. Com um parque industrial moderno, permitia a aquisição de novos conhecimentos tecnológicos, ainda desconhecidos em nosso país. Para Protásio, foi intensa a atividade, e o esforço dispensado no estudo causar-lhe-ia a perda de uma das vistas, o que não impediu sua continua luta pela aquisição de novos conhecimentos. Retornou ao Brasil, tornando-se Assistente Técnico do Departamento Regional do SENAI. 
Mais tarde voltou à França, onde realizou novas observações no campo do Ensino Técnico e estudou o sistema de ensino de um cárcere feminino. Para permanecer na Itália e na França, procurou aprender antes de viajar, italiano e francês. Falava também razoavelmente o inglês, podendo assim, ser considerado um poliglota. 
Voltando ao Brasil, foi convidado pelo Ministério da Educação e Cultura a trabalhar no Programa Intensivo de Preparação da Mão de Obra Industrial (PIPMOI). 
Em 1963, foi escolhido pelo diretor regional do SENAI para organizar o Centro SENAI de Treinamento de Canoas. Hoje, esse centro transformou-se numa grande escola, a “A. J. Renner”, situada na Rua Napoleão Laureano, esquina com a avenida Victor Barreto. Foi o primeiro diretor, cargo que ocupou desde a instalação até o dia 1º de setembro de 1964, quando foi substituído, devido a moléstia que mais tarde lhe causaria a morte. 
A 22 de junho de 1966 deixou entre seus amigos e companheiros uma lacuna que não mais seria preenchida. Falecia aos 60 anos de idade, a maior parte dos quais, inteiramente dedicada ao ensino e a aprendizagem industrial. Até hoje, Protásio Diogo de Jesus é mencionado pelos professores  Jorge Furtado e Gelson Gonçalves como exemplo de profissional capaz, educador lúcido e amigo dedicado.

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